Como a tokenização está fazendo com a economia o que as redes sociais fizeram com a informação.
Seria Uniswap o próximo Facebook?
Nos últimos 20 anos, vimos duas grandes transformações que mudaram a forma como vivemos, nos comunicamos e lidamos com o dinheiro. A primeira foi a chegada das redes sociais, que tiraram das mãos da mídia tradicional o poder de informar. A segunda, mais recente, é a tokenização por meio da tecnologia blockchain, que está provocando um movimento semelhante na economia: reduzindo a concentração de poder nas mãos de grandes instituições e ampliando o acesso a todos.
Embora muitos usem o termo "descentralização" para descrever esse processo, é importante destacar que, no contexto cripto, descentralizar vai além de simplesmente desconcentrar. Trata-se de colocar o controle nas mãos do próprio usuário, sobre os seus dados, os seus ativos ou o seu conteúdo, sem depender de intermediários. No caso da tokenização, esse potencial está apenas começando a ser explorado.
A era das redes sociais e a queda do monopólio da informação
Antes das redes sociais, o acesso à informação era centralizado. Para saber o que estava acontecendo no mundo, era preciso assistir à televisão, ler o jornal impresso ou ouvir no rádio. As grandes emissoras e editoras decidiam o que era notícia, quando e como seria contada.
Com o surgimento de plataformas como Facebook, X, Instagram, YouTube, entre diversas outras, isso mudou — embora não completamente. Qualquer pessoa com um celular e acesso à internet passou a poder informar, opinar, denunciar ou até mesmo criar seu próprio conteúdo. A informação ficou mais rápida, mais direta e, principalmente, mais democrática. Hoje, muitas notícias chegam antes nas redes sociais do que nos portais tradicionais. Um exemplo marcante foi o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, quando os próprios sobreviventes relatavam o ocorrido em tempo real.
No entanto, é importante reconhecer que o poder continua concentrado agora nas mãos dos algoritmos e das big techs. O cenário mudou: quase todos têm voz e algum espaço. Mas o “comando da orquestra” ainda está nas mãos de poucos. Quem controla o alcance, o engajamento e a visibilidade continua definindo o que será visto e ouvido.
Claro, essa liberdade também trouxe desafios: desinformação, fake news e a dificuldade de saber o que é verdadeiro. Mas, mesmo com esses problemas, é inegável que as redes sociais mudaram a forma como nos conectamos com o mundo.
A tokenização e a nova descentralização: agora é a economia que está mudando
A tokenização segue um caminho muito parecido, mas com foco na economia. Por meio da tecnologia blockchain, qualquer tipo de ativo — como imóveis, obras de arte, ações, moedas fiduciárias ou até itens virtuais de jogos — pode ser transformado em um “token”, que funciona como uma representação digital desse bem. Esse token pode ser comprado, vendido ou transferido entre pessoas, sem a necessidade de intermediários como bancos, cartórios ou corretoras.
Isso significa que, assim como as redes sociais deram voz a qualquer pessoa, a tokenização está permitindo que qualquer um tenha acesso a oportunidades de investimento que antes eram restritas a grandes instituições ou investidores qualificados.
Por exemplo: uma pessoa pode comprar uma fração de um imóvel em Nova York por meio de um token, sem sair de casa. Ou um artista pode vender sua obra digital diretamente ao público, sem depender de galerias. Tudo isso de forma segura, transparente, funcionando 24 horas por dia, 7 dias por semana e registrado na blockchain.
As semelhanças são claras
Quando comparamos as redes sociais e a tokenização, vemos uma mesma linha de mudança:
Descentralização: sai o controle central (mídia, bancos), entra o poder distribuído (pessoas, comunidades).
Acesso global: qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, pode participar.
Velocidade: o fluxo é instantâneo, em tempo real.
Autonomia: o usuário tem mais controle sobre o que consome ou investe.
Mas também existem riscos. No universo da tokenização, ainda lidamos com golpes, perdas financeiras e uma regulação que, embora tenha avançado nos últimos anos, continua em construção. Da mesma forma, as redes sociais enfrentam os seus próprios desafios — como a desinformação e o uso indevido de dados.
É importante notar, no entanto, que se trata de riscos de naturezas diferentes. As redes sociais lidam com conteúdo e narrativa; a tokenização, com ativos e valor. O que une esses dois universos é a descentralização, ou melhor, a desconcentração do acesso, e não necessariamente os problemas que enfrentam.
E o papel das instituições tradicionais?
Assim como os grandes jornais precisaram entrar nas redes sociais para manter sua relevância, bancos, governos e grandes empresas agora correm para entender e se adaptar a esse novo mundo tokenizado. Estão sendo desenvolvidas moedas digitais por bancos centrais (as chamadas CBDCs), surgem regulamentações para criptomoedas, e cresce o número de empresas que estudam o uso da blockchain para otimizar seus processos. De forma ainda mais ousada, algumas empresas passaram a utilizar o próprio Bitcoin como parte de sua estratégia de tesouraria.
Conclusão: estamos diante de uma nova revolução
A descentralização é uma tendência que não tem volta. As redes sociais mudaram a comunicação. Agora, a tokenização está mudando a economia. E assim como hoje ninguém depende apenas da TV para se informar, em breve ninguém dependerá apenas dos bancos para movimentar ou investir seu dinheiro.
Estamos vivendo uma transição histórica, onde o poder está cada vez mais saindo das mãos de poucos e indo para as mãos de muitos. A tokenização é mais do que uma tecnologia: é um novo jeito de pensar o valor, a propriedade e a liberdade financeira.
Para finalizar, fica um questionamento: seria Uniswap o próximo Facebook?
Abraço do Lontra!
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